"De muita estância bem grande, só um angico ficou. Dos homens, tais como eram, um toco de vela, uma cruz, fincada fundo no chão". Ana Mariano em sua obra: "Atado de Ervas", L&PM Editores.
Como muitos antigos cemitérios familiares, o de São Francisco hoje parece apenas lápides perdidas no meio de um campo. Resistindo ao tempo, guardando histórias já esquecidas. Muitos túmulos não trazem descrições daqueles que ali jazem, assim como alguns nem mesmo abrigam corpos, pois já foram removidos pelos seus descendentes.
Sabedouro de sua existência, com ajuda de um guia especial que ainda guardava lembranças remotas de uma infância perdida, fui a campo pesquisar. Para encontrar o cemitério, partimos do Capão Claro, passando pelo Faxinal dos Portos, perguntando em uma casa aqui, outra ali, até chegar ao destino. No caminho, histórias e lembranças daquela infância que mencionei. Os olhos tentando identificar paisagens do passado, já tão modificadas pelo tempo e pela ação do homem que, em sua eterna inquietação e busca, move-se, age, e transforma. No fim, levamos o aprendizado de que tudo é transitório: paisagens, vidas, e obras.
Cemitério São Francisco - Linha Palmeira - Candelária - RS
Encontrado em meio a um campo onde outrora fora sua Fazenda, na Linha Palmeira, interior de Candelária, guarda ainda, entre outros, a lápide de Doralina da Fontoura Porto (Puduxa) (* 01/03/1911 + 27/07/1976), filha de Carlos da Fontoura Porto (* 13/08/1881 + 25/03/1950) e Francisca Tavares Freire (* 29/10/1887 + 02/03/1976), neta do Cel. Francisco Pinto Porto com Amabelia Guedes da Fontoura. Casou-se em 30/12/1952 com Alcides Francisco Porto (* 30/09/1911 + 19/04/1957), ambos com 41 anos de idade. Alcides era filho de João Batista Porto (* 15/11/1874 + 09/07/1944) e Maria Delfina Porto (* 07/09/1876 + 01/07/1947), neto, por parte de mãe, do Cel. Quinca Porto com Emília Braga, e trineto do Cel. Francisco Pinto Porto com sua primeira esposa, Maria Leonarda da Conceição. Alcides, por parte de pai, é neto do mesmo Cel. Francisco Pinto Porto com sua segunda esposa, Clara Rodrigues Porto. Aí percebe-se uma confusão familiar, onde a árvore genealógica se encontra em vários pontos, algo comum entre os Portos.
Doralina e Alcides tiveram o filho Juraci Jari Porto (* 23/09/1932 + 06/07/1989), que se casou com Sueli Soares Porto (* 10/12/1933 + 23/08/2001), ambos sepultados no Cemitério São Francisco.
Fonte: - Livro Registro de Casamento III (1950 à 1957) da Paróquia Nossa Senhora de Candelária.
Agradecimentos: Aline da Fontoura Porto.